Carlos Coto para a Miramax

A Miramax fez um Q&A com Carlos Coto, showrunner, produtor, roteirista e diretor da série. Carlos contou sobre seu dia a dia durante as gravações, sobre o processo de criação e sobre como se envolveu com a série. Confira a entrevista original no site da Miramax clicando aqui ou confira a tradução abaixo.


Como você descreve "From Dusk Till Dawn: The Series?"
Carlos Coto: Uma saga de crimes com uma vantagem sobrenatural. Pulp encontrando terror encontrando faroeste. Nós construímos nossas histórias a partir de uma base cozida de crime e ação, e aí adicionamos camadas de terror e sobrenatural. De longe a mais divertida caixa de areia que eu já brinquei
Como "From Dusk Till Dawn: The Series" evoluiu a partir do filme From Dusk Till Dawn?
Carlos Coto: São os personagens que evoluíram - e vão continuar a evoluir. Eles são o motor que guia a saga - não o universo ou a mitologia ou o conceito. Todas essas coisas são ótimas, mas não vão mover ninguém a continuar assistindo. Nossa intenção sempre foi honrar os personagens de Quentin e Robert - reconhecer o que os torna o que eles são e construir nas jornadas que eles começaram no filme - segui-las honestamente e organicamente - e em vários casos, deixar com que elas nos surpreendam. Elas já nos surpreenderam, e eu suspeito que vão continuar surpreendendo.
Como você se envolveu com a criação dessa série?
Carlos Coto: Meu agente arranjou uma entrevista geral com Robert para falar sobre as séries para a El Rey Network. Eu comecei dando ideias, mas ele continuava redirecionando a conversa pra "Dusk". Eu rapidamente percebi o que ele estava procurando - e eu não liguei. Eu estava muito animado com a ideia de levar isso adiante. Então na reunião seguinte - que deveria ser apenas uma reunião de ideias - Eu perguntei a ele se eu poderia acender um charuto, ele disse "ok" e nós começamos a criar ideias pra "Dusk".  Começou a fluir aí. Fluir e fluir.
Descreva seu dia típico como showrunner em "From Dusk Till Dawn: The Series."
Carlos Coto: Quando eu estou no modo roteirista, acordo as 5 ou 6 da manhã, escrevo até as 9 ou 10. Dirijo até o escritório. Fico na sala dos roteiristas das 10 da manhã até as 6 da tarde com uma pausa depois do almoço (o produtor executivo Diego Gutierrez gosta de fazer café gourmet e ele é bom nisso). Eu faço outras pausas durante a tarde para responder emails ou atender a ligações. Depois eu escrevo após o jantar até as 11 da noite. Durante a produção, o tempo de sala de roteiro é concentrado das 10 da manhã até as 2 da tarde, e aí o escritor de cada episódio fica no set respondendo perguntas ou respondendo a elas em home office. Durante a pós produção, todas as coisas acima se misturam com sessões de edição!
Quando você não está trabalhando numa série você está ___________?
Carlos Coto: Aprendendo sobre vinho, experimentando vinho, cozinhando ou tirando fotos. Ou tirando fotos de comida e vinho. Ou comendo, experimentando vinhos e aí tirando fotos. Ou visitando uma região de vinho em algum lugar do mundo. E comendo lá. Depois de tirar fotos dali. Eu acho que se eu não fosse um showrunner, eu seria um dono de restaurante - servindo refeições ao invés de episódios.
Descreva sua colaboração com o criador da série, produtor executivo e dono da El Rey Robert Rodriguez.
Carlos Coto: Nunca chata. Dinâmica. Desafiadora em todas as melhores formas. Os instintos dele são incomparáveis, especialmente em escolha de elenco e diretores. Quando se trata da história, ele é o principal a ouvir a todos. Se eu for por um novo caminho, eu examino com ele antes. Eu não começo a abrir caminhos até que ele me dê um ultimato.
Qual é o seu processo para escrever um episódio? Como você trabalha com outros roteiristas?
Carlos Coto: É um trabalho em equipe. Nós passamos as primeiras semanas da temporada falando sobre os personagens. Onde eles estão, o que eles estão sentindo. Com quem eles estão em conflito. Isso gera as motivações deles, que gera história, que gera enredo, que gera episódios. Parece fácil, não é? Ha. É uma coisa em equipe porque nós estamos todos no mesmo grupo, na mesma toca, enquanto o Exército da Destruição atira contra a gente. Alguns a gente atira de volta, outros a gente usa pra nossa vantagem.
Para o processo, nós compartilhamos nossas histórias na sala, todos juntos, e aí o escritor de registro vai e escreve um esboço. Detalhado. As vezes 20 páginas mais ou menos. E aí ele volta pra sala e nós discutimos novamente. As vezes tem um novo esboço, as vezes vai direto pro roteiro. Depois que terminam o roteiro, ele volta pra sala também - e a discussão começa novamente.
Eu passo pelo mesmo processo em todos os meus episódios - com toda a agonia e desespero. Mas definitivamente me sinto bem quando tudo é gravado.
Você também dirigiu nessa temporada. Como foi a experiência?
Carlos Coto: Uma completa nova forma de ansiedade e dor criativa... mas bem libertadora. Trabalhar com a equipe do Robert foi uma experiência (relativamente) suave, mas ainda assim um incrível desafio. O melhor conselho que eu recebi veio de um velhor amigo - "Quando você estiver lá, não seja nada além de um diretor. Não seja um escritor. Não seja um produtor. Apenas dirija." Esse conselho funcionou. Eu acho.
Que dica você tem para jovens aspirantes a showrunners sobre o negócio?
Carlos Coto: Não escreva só o que você sabe, escreva o que você sente. Eu peguei esse trabalho porque eu perdi um irmão por suicídio em 1998. Essa era a minha forma de contar uma história sobre um irmão tentando salvar outro irmão. Essa é a minha forma de realizar um desejo impossível.
Qual é seu filme favorito da Miramax?
Carlos Coto: Cães de Aluguel
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